Técnica faz com que o produto possa ser consumido em até 28 dias após o corte e será utilizada este ano pela Palmito Floresta.
Chefs de cozinha gostam de colocar um sabor próprio às suas receitas e, ao usar um alimento de sabor muito marcante, a tarefa se torna mais difícil. Este é o caso do palmito pupunha em conserva, por exemplo. Por ficar com um sabor forte e característico, o alimento não é o favorito dos profissionais da culinária.
O palmito pupunha ao natural, por outro lado, por ter sabor mais sútil, marca presença em muitas receitas de restaurantes sofisticados no Brasil e fora do país. Para os produtores, no entanto, a dificuldade era conseguir conservar o produto por tempo suficiente para exportar o palmito pupunha in natura, que se mantém próprio para consumo até, no máximo, uma semana.
Pensando nisso, a Palmito Floresta, empresa com produção diária de quatro toneladas, apoiou uma pesquisa de dois anos conduzida pela bióloga Priscila Vieira da Silva que de senvolveu uma tese de mestrado sobre o assunto por meio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
Priscila identificou que, mesmo sob tratamento de irradiação, o palmito pupunha manteve inalteradas suas caracterís ticas como cor e textura e teve o tempo de consumo estendido de, no máximo, oito dias para até 28 dias após o corte. Segundo Khalil Yepes Hojeije, diretor da Palmito Floresta, o custo para irradiação do palmito pupunha é de US$ 20 por tonelada, valor considerado baixo pelo executivo.
Além de conservar o produto por mais tempo, a irradiação é considerada também um método eficiente de desinfestação e descontaminação de alimentos. "Nas últimas décadas a irradiação de alimentos tem recebido atenção crescente devido às vantagens que apresenta sobre os métodos convencionais de processamento", diz Priscila.
Na Palmito Floresta, o percentual da receita proveniente da venda do palmito in natura atualmente é de apenas 3%, mas a expectativa é aumentar o número este ano, com o início da exportação do produto.
"O palmito in natura ainda é algo novo no mundo mas está começando a se tornar conhecido", diz Hojeije. Atualmente 10% da produção total de palmito da empresa, na sua maioria em conserva, são exportados para países como Espanha e França.
A pesquisa de Priscila, no entanto, não é exclusiva da Palmito Floresta, que forneceu toda a matéria-prima, e poderá ser utilizada por outros fabricantes que se interessem pelo prolongamento da validade do produto. A pesquisadora pretende patentear a técnica.
Fonte: Brasil Economico
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