O plantio de palmito pupunha está ganhando espaço na região Noroeste do Estado. Entusiasmados com a expectativa de um mercado promissor um grupo de dez produtores de Mariluz apostou na cultura e implantou os primeiros cultivos há dois anos. A novidade não decepcionou os agricultores e hoje o município já conta com nove hectares cultivados. A perspectiva é que esta área aumente nos próximos anos. Com a ajuda da irrigação, os plantios de pupunha estão rendendo até dois cortes ao ano. Outro fato que vem surpreendendo é o rendimento do palmito na indústria. Em média uma haste pesa de 150 a 300 gramas. Em Mariluz os palmitos chegam a pesar 700 gramas. Motivo mais do que suficiente para despertar a atenção de indústrias de outros estados. O cultivo de palmito na região Noroeste foi incentivado pelo aumento do rigor na fiscalização da v9enda de palmito extraído de palmeiras nativas como o Açaí e Juçara. A precocidade do corte (aos 23 meses) e a aceitação pelos consumidores, elegeram o pupunha como a espécie ideal para o cultivo. Outra vantagem da planta é que ao contrário das espécies nativas que não rebrotam depois do corte, o pupunha depois de plantado lança brotos ou perfilhos durante um período de 14 a 20 anos. Em Mariluz os produtores cultivam aproximadamente 55.500 plantas com o sistema de irrigação de gotejamento, o que garante o melhor desenvolvimento da planta. De acordo com o extensionista Antonio de Pádua Andrade Salvado, da Emater de Mariluz, o palmito deve ser encarado como um complemento à renda do agricultor. “Como o pupunha é muito exigente em matéria orgânica é necessário que o produtor seja, no mínimo, produtor de leite. O cultivo precisa de 25 a 30 toneladas de matéria orgânica por hectare. É preciso ter vocação para a fruticultura ou olericultura, já que o pupunha exige um acompanhamento direto”, explica. O investimento para início da lavoura é alto, cerca de R$ 14 mil por hectare, neste custo está incluída a adubação. Atualmente o custo de produção é de R$ 0,60 por haste e o produtor consegue vender um palmito por R$ 1,70. “Isto mostra que o palmito cultivado e irrigado representa uma boa fonte de renda para a agricultura familiar. É um investimento que começa a dar retorno já partir do terceiro ano”, comenta o extensionista Cirino Corrêa Júnior, coordenador do projeto Palmáceas da Emater. Davi Lucacin é um dos produtores que apostaram no palmito pupunha. Ele é otimista e diz que o pupunha tomará conta do mercado. “é um palmito saboroso que pode ser servido em saladas, cozido e até assado. Mas o principal apelo desse palmito é a consciência ecológica do consumidor. Ao optar pelo pupunha ele estará poupando nossas florestas do desmatamento”, destaca o agricultor. Para Antonio de Pádua, o pupunha tem uma outra vantagem quando comparado a outras variedades, ele é resistente a pragas e doenças. “É uma variedade que praticamente dispensa o uso de defensivos agrícolas. Quem compra um palmito nativo, pode estar livre dos agrotóxicos, mas no mínimo, está motivando uma agressão à natureza”, argumenta.
Fonte: O homem e a Terra (Emater)
Curitiba, setembro/outubro de 2008
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