sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Processamento mínimo do palmito de pupunha

A pupunheira, espécie originária da Amazônia, tem grande potencial para produção de palmito em áreas abandonadas pelos diferentes usos da terra.

Por isso, representa importante alternativa agroecológica para diversificação da fonte de renda na pequena propriedade rural. O palmito retirado da pupunha também possui características que o diferenciam dos demais: é mais macio e é resistente à oxidação (escurecimento). Por isso, tolera um tempo maior de armazenamento, pode ser comercializado e consumido fresco, com o mínimo de processamento e sem perda de qualidade.

O Prosa Rural desta semana apresenta a tecnologia de processamento mínimo do palmito de pupunha, resultado da parceria entre a Embrapa Florestas (Colombo/PR) e a Embrapa Agroindústria de Alimentos (Guaratiba/RJ) no desenvolvimento de tecnologias para melhoria da qualidade de produtos para os agricultores.

O propósito dos alimentos minimamente processados é proporcionar ao consumidor um produto muito parecido com o fresco, de vida útil prolongada e, ao mesmo tempo, garantir a segurança para o consumo, com um mínimo de perda da qualidade nutritiva e sensorial. O processamento mínimo aplicado ao palmito de pupunha refere-se às operações de transformação da matéria-prima (talo), resultando em um produto sem a perda da condição de frescor e que inclui procedimento de higienização.

A pesquisa feita validou o processamento mínimo para a matéria-prima palmito de pupunha, tendo por fim prolongar a vida-de-prateleira desses produtos alimentícios, aumentando o período para a sua comercialização, disponibilizando ao consumidor um produto com características de fresco.

De acordo com o pesquisador Álvaro Figueiredo, da Embrapa Florestas, uma das principais vantagens do processamento mínimo para o produtor é poder comercializar diretamente o seu produto em feiras ou supermercados, sem a necessidade de colocá-lo em vidros. Com isso, o produtor agrega valor ao produto e consegue comercializá-lo por um preço três vezes maior do original.

Durante o programa, o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Antônio Soares Gomes, fala sobre as etapas do processamento mínimo, que aumenta a vida útil do produto de 5 para 22 dias sem a necessidade de colocá-lo em vidros.

“Antes do processamento mínimo é preciso colher o palmito e fazer uma pré-lavagem do produto. Em seguida, faz-e o descascamento e o corte, separando os toletes do coração. Após esta etapa, procede-se à sanitização em água clorada e a secagem dos toletes. Em seguida, mergulha-se o produto em uma solução filmogênica, deixando-o por aproximadamente 3 minutos. Após a secagem natural dos toletes, forma-se uma película natural comestível que ajuda na preservação do palmito de pupunha por mais tempo”, explica antônio Soares Gomes, durante entrevista concedida ao Prosa Rural.

Durante o programa, Soares detalha este procedimento de processamento mínimo, ressaltando a importância da solução filmogênica que protege o produto da oxidação pelo ar, bem como da oxidação causada pelos próprios compostos existentes no produto.

Saiba mais sobre o processamento mínimo do palmito de pupunha ouvindo o Prosa Rural - programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

2 comentários:

Márcio Setti disse...

Valeu as dicas!!!

Iole Sabino disse...

Qual órgão responsável pela autorização/inspeção de comercialização de pupunha in natura, conservas e para a indústia no estado de SP?

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