SÃO PAULO - A Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a Fundação Odebrecht assinaram ontem, em Brasília, um acordo de cooperação técnica que irá beneficiar cooperativas de produtores agrícolas da região do baixo sul do Estado da Bahia por meio de ações de sensibilização, capacitação, promoção e inteligência comercial, além da atração de parceiros internacionais.
O objetivo do Acordo é dar apoio técnico para que as cooperativas da região consigam se inserir no mercado externo ou, em alguns casos, ampliar suas vendas ao exterior.
Representantes da Apex vêm levantando informações sobre a produção do baixo sul da Bahia desde março deste ano e já fizeram um trabalho de análise dos produtos para exportação e de levantamento de dados de inteligência comercial para identificar os mercados em que essa produção teria mais condições de venda e agregação de valor.
Foram selecionados os mercados do Canadá, da França, da Alemanha e dos Estados Unidos, países que tradicionalmente valorizam mercadorias produzidas a partir dos conceitos de sustentabilidade e comércio justo.
"Temos o desafio de fazer com que os produtores consigam exportar. Mas, mais do que produtos, estaremos exportando um sonho. O trabalho feito pela fundação com essas cooperativas é impressionante: pessoas que tinham renda de R$ 100 ou R$ 200 por mês hoje conseguem R$ 1,5 mil. Os filhos e netos dos agricultores, que tinham abandonado a região em direção às capitais, agora estão retornando", afirmou Alessandro Teixeira, presidente da Apex Brasil, durante o evento de assinatura do Acordo.
Maurício Medeiros, presidente executivo da Fundação Odebrecht, ressaltou a importância do acordo para a região. "O objetivo do nosso trabalho é fazer que com que a região rural seja atrativa para o nosso povo, para os investidores e até para os turistas internacionais, que poderão vir ao país para fazer agroecoturismo. Com esse acordo, queremos mostrar essa nova cara do Brasil ao mundo", comentou.
Para Medeiros, é possível trabalhar com produtos de alta qualidade e atingir nichos de mercado nacionais e internacionais que valorizam produtos elaborados com responsabilidade social e ambiental. Também participou do evento de assinatura do acordo o presidente da Fundação Odebrecht, Norberto Odebrecht.
O acordo, inicialmente, beneficiará três cooperativas que reúnem 924 famílias da zona rural. Num primeiro momento, estão sendo trabalhados no exterior o palmito de pupunha e o artesanato de palha de piaçava. Outros produtos agrícolas, como farinha de mandioca e cravo-da-índia, serão incluídos no trabalho conjunto de agora em diante. A sustentabilidade social e ambiental será destaque na estratégia de internacionalização das mercadorias.
Para a presidente da cooperativa de produtores rurais de presidente Tancredo Neves (Coopatan) - especializados em farinha de mandioca -, Elineide Correia, o acordo estimulará os produtores a plantar mais e investir em novas tecnologias, gerando mais renda para as famílias.
"Este novo passo é a prova de que vale a pena acreditar nos nossos esforços", afirmou.
Atualmente, a cooperativa produz 125 toneladas de farinha e possui em estoque 350 toneladas, que pretende comercializar com a abertura de novos mercados.
"Para nós, isso representa um sonho de vários anos, que agora irá se tornar realidade. Nós, que trabalhamos a vida inteira com artesanato na região, víamos nossos produtos jogados, desvalorizados. Agora, nos capacitamos e temos qualidade para exportação", comentou Creuza Amorim, presidente da Cooprap.
As cooperativas participantes se engajaram em projetos setoriais integrados de promoção de exportações e participaram, pela primeira vez, neste ano, de eventos internacionais.
O palmito de pupunha produzido na região foi apresentado nas feiras Fancy Food, em junho nos Estados Unidos, e no Sial (Salón International de L'Alimentation) na França, em outubro, com excelentes resultados. Os produtores também participaram das ações de marketing da Apex na Fórmula Indy durante a corrida do Canadá.
Fonte: DCI
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