A agricultura brasileira vive um momento especial marcado por algumas palavras de ordem: GLOBALIZAÇÃO, COMPETIÇÃO, DIVERSIFICAÇÃO, ALTERNATIVAS.
Com a livre competição entre os mercados, a formação de preços passou a ser muito mais complicada, já que a teoria de oferta-procura agora tem um caráter internacional, além da natural dependência de decisões político-econômicas dos governos. Embora essa nova era esteja sendo favorável para quem vive na cidade e compra seu alimento, está causando uma reviravolta para os produtores rurais.
Diversificar e buscar alternativas mais favoráveis, têm sido a grande preocupação dos produtores rurais. Várias possibilidades existem e estão sendo utilizadas. Elas tanto podem ser em nível coletivo, quando os agricultores de uma região passam a plantar uma única cultura, como tomate ou beterraba, ganhando com isso maior capacidade de competição e influência sobre os preços dos insumos e de seus produtos, como também podem ser caracterizadas por decisões individualizadas. Individualmente, a sabedoria está em escolher alternativas agrícolas cujos preços sejam menos influenciados pela globalização e pelas decisões do governo.
O que o produtor rural deve considerar ao escolher entre as diversas alternativas que ele tem para o plantio? Risco? Preço? Mercado? Custos? Facilidade? Mão-de-obra? Experiência? Cada um, de acordo com sua personalidade, vai priorizar essas questões para tomar uma decisão consciente e com maior possibilidade de acerto.
Que tal uma cultura perene, bem fácil de ser conduzida, com alto preço de venda e mercado de garantido? E que além de tudo isso, tem uma outra vantagem: é ecologicamente correta, o que abre totalmente as portas do mercado de exportação? Só como referência: apenas para suprir a demanda atual precisaria de uma área plantada de aproximadamente 130.000 hectares!
Atualmente, cerca de 97% do palmito brasileiro é produzido de forma extrativista nas florestas do Pará. Esse corte indisciminado já levou à quase total extinção da juçara, nativa da Mata Atlântica. Por isso, na década de 70, a indústria palmiteira foi para o Pará, cortar açaí. Estudos recentes indicam que dentro de 10 anos, o corte do palmito vai praticamente dizimar o açaí.
Acontece que o palmito é um produto que tem mercado garantido. Por isso, quando a oferta diminui, seu preço aumenta. Hoje ele custa três vezes mais do que há cinco anos. E vai custar cada vez mais caro, já que a cada ano existe menor número de plantas de açaí para serem cortadas na mata.
Cultivar uma palmeira para produzir palmito é, portanto, um excelente negócio. É aqui que entra a PUPUNHA. Ela é uma palmeira de clima tropical, que cresce muito rápido, bastante rústica, e que produz um palmito de excelente qualidade. Além de tudo isso, ainda, perfilha, fazendo com que seja uma cultura perene. O primeiro corte ocorre aos 18 meses após o plantio no campo. Um hectare de lavoura em produção, fornece ao redor de 8.000 palmitos por ano. A produtividade média de um hectare tem sido de 1.700 kg de palmito de primeira por ano e mais cerca de 2.000 kg de palmito picadinho ou rodelas.
Cultivar a pupunha para produzir palmito é uma excelente alternativa para a diversificação das áreas agrícolas: é de alta rentabilidade, tem mercado garantido e crescente, pode ser exportado, a globalização lhe é favorável, já que o Brasil produz 95% do palmito mundial e pouco depende das decisões do governo, exceto no sentido de políticas que evitem o corte extrativista, o que é ainda, mais favorável para o cultivo da pupunha.
A cultura da pupunha é relativamente simples e de baixo risco. Todas as informações necessárias para produzir palmito de pupunha, você encontra no curso: "Produção de Palmito de Pupunha: Solução Econômica e Ecológica" , que está sendo lançado pelo CPT e que foi produzido com a nossa orientação técnica. Nesse vídeo você vai aprender como adquirir as sementes, produzir as mudas, preparar o solo para o plantio, instalar e conduzir a lavoura no campo com sucesso. Verá, também, como se faz para cortar o palmito e processá-lo industrialmente.
Fonte: Aprenda Fácil Editora
Prof. José Roberto Moro
Departamento de Biologia Aplicada à Agricultura
FCAVJ/UNESP - Jaboticabal
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