No Mercado Municipal, nas feiras livres e no Ceasa, os consumidores de Curitiba podem encontrar o palmito pupunha in natura minimamente processado e sem qualquer conservante. O produto, vendido com as capas (cascas), é resultado de uma pesquisa feita pela engenheira agrônoma Geovanita Paulino da Costa Kalil, coordenada pela Embrapa Florestas e em parceria com o Prodetab, um programa que apoia o desenvolvimento da tecnologia agropecuária. O comprador pode sentir o gosto natural do palmito, que pode ser consumido cru.
O projeto começou em 2000, abordando o manejo, o melhoramento e o processamento mínimo do palmito. As pesquisas indicaram que o procedimento a ser feito no palmito in natura é totalmente diferente do produto em conserva. O pupunha foi escolhido porque possui lenta oxidação, o que deixa o produto com coloração escura. "Em 2004, tentamos deixar o palmito pupunha in natura com os métodos das fábricas de envase, mas não deu certo. As amostras tiveram contaminação. No ano seguinte, usamos uma nova metodologia, com a seleção de plantas e a colheita diferenciada, com todo o cuidado, principalmente com a higiene", conta Geovanita.
A experiência deu certo. Armazenado de maneira correta, o palmito pupunha com as capas dura até 40 dias, sem mesmo adicionar qualquer conservante. As manutenções das capas preservam o produto. As etapas para se alcançar um palmito de ótima qualidade são: manejo pré e pós-colheita; resfriamento; beneficiamento; higienização; embalagem e armazenamento sobre refrigeração. Toda a pesquisa teve o respaldo de análises físico-químicas, microbiológicas e sensoriais. "Agora estamos verificando a aceitabilidade de produto. Trezentos gramas do palmito em conserva são vendidos a R$ 8, enquanto o in natura é vendido pelo mesmo preço, mas o peso varia entre 800 gramas e 1,1 quilo", afirma Giovanita. "Com isso, esperamos popularizar o consumo do palmito, que hoje é muito elitizado", comenta Antônio Nascim Kalil Filho, pesquisador da Embrapa que está auxiliando Giovanita no levantamento.
O consumidor que comprar o palmito pupunha in natura terá que cortar as capas. O método é simples e ensinado em um folder entregue junto com o produto. Alguns vendedores também são orientados a fazer esse processo para o comprador. Todo o palmito utilizado no projeto vem de uma propriedade localizada em Morretes, litoral do Estado. Giovanita Kalil vai apresentar a pesquisa sobre o palmito pupunha no XX Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, que acontece em outubro, em Curitiba.
Fonte: http://hortfloresta.com
2 comentários:
Você recebeu o selo de blog nota dez, é só passar no meu blog e apanhar e citei você e mais cinco, parabéns pela sua conqusita! http://batepapoconstrucaocivil.blogspot.com
Que bacana esta notícia. Sou aluna do curso de agronomia de Maringá e estou auxiliando um pequeno produtor que quer implantar em sua propriedade pupunha para comercialização in natura. Parabéns a Geovanita.
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