Estudantes da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) desenvolveram um skate ecologicamente correto. A tecnologia 100% brasileira utiliza palmeira, bromélia e bambu para compor a lâmina na qual o skatista se equilibra.
A novidade recebeu o apelido de “Folha Seca” e não deixa nada a desejar quando comparada aos skates “normais”.
Na fabricação, primeiro se utiliza o compensado de pupunha – aquela palmeirinha de onde é extraído o palmito. Depois de tratada e prensada, a casca da palmeira, vira uma madeira, bonita, resistente e à prova de cupins. É ela que forma a camada exterior do skate.
Depois, vem o curauá, uma espécie de feltro feito das fibras de uma bromélia da Amazônia. No meio, vão três camadas de compensado de bambu – bem mais flexível e leve que o de pupunha.
Os estrangeiros estão de olho
Os estudantes escolheram madeiras bonitas, resistentes, fáceis de trabalhar e ecologicamente corretas. Essas qualidades despertaram o interesse do mercado internacional: os designers já receberam proposta de uma empresa alemã para usar laminado de pupunha na fabricação de painéis de carros de luxo.
O negócio ainda não foi à frente porque falta poder produzir esses materiais em grande escala. Para isso, é preciso investimento. “A gente não têm dúvida de que esses materiais têm espaço no mercado. A gente tem a sensação de que está demorando um pouco, mas estamos persistindo, temos certeza de que a gente vai chegar lá”, diz o designer Tiago Maia.
O compensado de pupunha já recebeu, na Alemanha, o prêmio IF, o Oscar do Desenho Industrial, na categoria novos materiais. E o “Folha Seca” também virou estrela: este ano, o Bioplac – a combinação de sete camadas que formam a folha do skate – também foi premiado.
A chapa de fibras também pode ser usada em móveis – já existem até alguns modelos assinados por designers famosos; por ser mais flexível, fica bem em projetos cheios de curvas.
No mar?
Um último desafio dos estudantes é criar uma prancha de surf. “A fabricação dela é menos agressiva, e a gente consegue ter uma prancha com as mesmas propriedades. O surfista pode ter uma consciência mais leve”, resume o designer Pedro Themoteo.
Fonte: http://www.maratimba.com
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