O primeiro passo a ser seguido é a colheita dos frutos maduros (coloração avermelhada ou amarelada), nos meses de janeiro a abril; após a colheita, é feito o despolpamento do fruto, retirando-se a semente manualmente. Após a extração, as sementes de pupunha são postas de molho em água por 48 horas, com troca diária da água, a fim de facilitar a retirada do resto da polpa que fica aderida às mesmas. Em seguida, as sementes são limpas em água corrente e tratadas com uma solução de hipoclorito de sódio a 1% ou água sanitária a 50%, durante um período de 15 minutos.
Após o tratamento, as sementes de pupunha são secas à sombra por um período de 24 horas e colocadas para germinar. Importante salientar que quanto mais rápido esse processo, desde a colheita dos frutos até a colocação das sementes no germinador, menor será a perda dessas sementes, pois a falta de umidade nelas, abaixo de 38%, acarreta acentuada queda da viabilidade e vigor das sementes de pupunha.
Semeadura, germinação, repicagem e seleção no germinador
A semeadura é feita em germinadores, construídos sobre o solo (permeável), ou suspensos a uma altura de um metro do solo. Utilizam-se tábuas ou similares nas seguintes dimensões:
. 20 cm de altura nas laterais;
. 1 m de largura;
. comprimento variável de acordo com a quantidade de sementes.
O germinador é composto por um substrato contendo a seguinte mistura: 50% de areia grossa + 50% de pó de serra curtido; nessa mistura deve ser feito um tratamento à base de brometo de metila, a fim de isentar insetos, fungos e nematóides que porventura se apresentem no substrato. Após concluída essa etapa do expurgo, é feita a colocação das sementes de pupunha no germinador.
A semeadura é feita em sulcos espaçados em 5 cm e as sementes de pupunha espaçadas em 2 cm de comprimento, respectiva-mente, dentro do sulco.
A posição das sementes dentro do sulco deve ser horizontal; elas são recobertas com 1 a 2 cm de altura com o substrato sugerido.
O germinador deve ser coberto com uma tela de sombrite a 50% de luminosidade, inclusive nas laterais, a fim de propiciar o controle de insetos e, também, possibilitar que o substrato fique com umidade adequada para a germinação das sementes de pupunha.
A irrigação do germinador é feita periodicamente, tendo-se cuidado de não irrigar em demasia. O excesso de água propicia o aparecimento de fungos e apodrecimento das sementes.
As sementes de pupunha levam em média 50 a 110 dias para germinarem. A porcentagem de germinação é, em média, de 60 a 80 por cento.
O transplante (repicagem) das plântulas recém-germinadas é feito quando a parte aérea atinge cerca de 1 a 3 cm de altura; nesse estágio ("ponta de agulha"), as plântulas ainda não abriram suas folhas. Essa operação é feita com o germinador úmido, porque facilita a retirada da plântula sem destacar a semente; caso isto ocorra, acarretará a morte da plântula.
Nessa fase, também realiza-se a operação de seleção, o que possibilita a verificação de plântulas defeituosas, plântulas do palmito pupunha com espinhos e plântulas do palmito pupunha sem espinhos. Sugere-se, também, a eliminação de plântulas defeituosas e a separação de plântulas do palmito pupunha com espinhos das plântulas do palmito pupunha sem espinhos nos viveiros de mudas.
Após o transplante (repicagem), fazer a colocação das plântulas nas sacolas de polietileno, as quais devem ter as seguintes dimensões: 20 cm de diâmetro por 25 cm de comprimento e 0,20 mm de espessura.
Utiliza-se, para o enchimento das sacolas de polietileno, o substrato para a formação de mudas.
Após o plantio das plântulas nas sacolas de polietileno, realizar a irrigação sem encharcar as mudinhas e repetir a irrigação de acordo com a necessidade, sempre deixando umidade suficiente para o desenvolvimento das mudas.
Viveiro de mudas e transplante definitivo
O viveiro é construído em local de fácil acesso e com disponibilidade de água.
Deve-se fazer uma limpeza na área, eliminando-se as ervas daninhas. O local para construção do viveiro deve ter boa drenagem para evitar encharcamento e, conseqüen-temente, poças de água entre os sulcos de mudas.
Inicialmente o viveiro será construído com 50% de sombra. Como exemplos de coberturas, temos: folhas de palmeiras, bambu, sombrite, etc. A cobertura do viveiro deve ser paulatinamente eliminada, para que a muda vá se adaptando às condições normais de campo (pleno sol). Aconselha-se a retirada total do sombreamento, dois meses antes do plantio no campo. Nessa fase, as mudas são extremamente suscetíveis à falta de água, devendo ser irrigadas, no mínimo, duas vezes ao dia, em períodos quentes do ano.
O plantio definitivo para o campo é feito quando as mudas atingem em torno de 30 a 35 cm de altura e com 5 a 6 folhas definitivas.
Fonte: http://www.cati.sp.gov.br/novacati/intranet/Tecnologias/culturas/pupunha.html
Texto de Luís Gustavo de Souza Ferreira