
Em apenas duas noites (28 e 29 de dezembro do ano passado), por exemplo, um grupo de palmiteiros derrubou cerca de 1,2 mil árvores nativas do palmito-juçara, espécie ameaçada de extinção, em uma chácara na localidade de Castelhano, em São José dos Pinhais. O local fica encravado na Serra do Mar, perto da divisa com Garuva e Guaratuba, na área do futuro Parque Nacional do Guaricana.
O funcionário da chácara roubada, Antônio de Jesus Lambergue, conta que os palmiteiros agem tão à vontade que derrubaram árvores a cerca de 250 metros de uma casa.
- Nunca havia acontecido uma coisa assim, tão abusada.
O proprietário da chácara, Manfred Schmid, diz que planta palmito na propriedade e há dois anos aguarda a liberação de corte. Antes de conseguir, os palmiteiros derrubaram até o palmito nativo.
O delegado da Polícia Federal em Paranaguá, Michael de Assis Fagundes, revela que novas quadrilhas de palmiteiros vêm atuando depois da Operação Juçara, que prendeu 18 pessoas.
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná, José Álvaro Carneiro, diz que existem até 20 grupos de "empreiteiros" de palmito. Eles são contratados para cortar o produto em áreas privadas e públicas e entregar os feixes de até 12 unidades em fábricas clandestinas. Carneiro lembra que o sustento dessas quadrilhas vem do consumidor, que compra o palmito ilegal.
Fonte: O Globo
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